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Posts Tagged ‘loucura’

De volta as velhas páginas brancas,

Gostaria de também voltar no tempo,

Para o mesmo lugar onde nada era importante,

E tudo ao meu redor tão impertinente.

Gostaria de entrar em uma máquina,

Que me levasse para o tempo em que máquinas não existissem,

Em que seriamos apenas nós e nossos corações partidos,

Em nossa loucura matinal.

….

Se desaparecer fosse como nunca ter existido,

Talvez magoasse menos as pessoas,

Deixasse de pisar naqueles que amo,

E de acreditar em minhas próprias mentiras.

Gostaria de viver no tempo em que minha cegueira,

Fosse curada com milagres,

Minha surdez não fizesse diferença,

Afinal de que vale a cura humana,

Quando esta só te faz sentir mais doente?

Para que servem os livros de auto-ajuda?

E as palavras de amor e carinho?

Para alguém que a cada dia mata a si mesma?

Talvez esteja pagando por um erro que não me lembro de ter cometido,

Talvez esteja fazendo os outros pagarem por ele…

Talvez seja só loucura,

Talvez nem seja importante…

Queria poder quebrar algo propositalmente,

Não contar a esmola,

Não olhar o preço dos vestidos,

Não ter ofendido alguém maior que eu,

Não comparar problemas,

Não me sentir perdedora,

Descobrir o certo e o errado e talvez o caminho.

Quem sabe voltar a sonhar…

E agradecer esse pedaço de rascunho velho….

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Vou rasgar os antigos mapas

E queimá-los em seguida

Já que chegar não importa

Se já não quero partir

Talvez redesenhe os trilhos

E faça um novo caminho

Como ele deveria ser

Com o que carrego no coração

Novos, velhos sonhos

Tortos, livres caminhos

Leves, cheias bagagens

Fluentes, rasos rios…

E se a nevoa

Não me permite ver a frente

Vou usar a intuição

E a vontade de descobrir

E onde quer que seja

Que seja

Não se perca um único detalhe

Do que me cerca

Refazendo os mapas

Talvez refaça os caminhos

E passe a entender

O que me trouxe aqui.

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Esses versos foram escritos em parceria com um grande amigo de palavras Jeronimo, em um momento sublime, bebendo vinho e ouvindo Pink floyd, ah pelo menos um oceano de distãncia entre nós…

E não é um carrossel cheio de bichinhos felizes

Como nos diziam que seria em nossa infância

Isso mesmo…

É mais aquele carrossel de um parque decadente

Cheio de espelhos empoeirados

Luzes que falham

E a música surreal

E eis que ele gira na mesma direção

E não te permite voltar atrás

E consertar o momento em que você errou

É sempre em frente…

Mesmo que em frente seja igual ao que ficou para trás

E sempre tem alguém do lado de fora

Assistindo parado

Para quem você deve sorrir e fingir que está tudo bem..

E essa pessoa do lado de fora

Sorri de volta

Mesmo fingindo que não sente falta do tempo

Em que ela podia andar no carrossel

E as duas verdades iguais, porém distantes

Nunca se encontram

Mas, se esgotam tentando se descobrir

Duas verdades igualmente iludidas

Uma atordoada pelo rodopio

E a outra deslumbrada pelo esquecimento de quem já não sai mais do lugar

Aquela que assiste conhece a próxima volta

Aquela que gira, espera pelo fim…

O último sinal

E não sabe ao certo se é este o fim

Ou um novo começo

Rumo ao incerto…

“mais uma volta no carrossel”

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Hoje eu não passo de uma garota perdida

Uma mente vazia

De alguém que dormiu até as 3h da tarde

E não se sente culpada por isso

Hoje talvez eu me embriague

Com alguém que eu não conheço

Arriscando meu inglês ruim

Por um pouco de diversão

Hoje eu posso me dar bem

Mas, também posso me machucar

E eu realmente não me importo

Porque na verdade tudo parece tão igual para mim

Hoje eu posso dar meu telefone para alguém

Ainda não decidi se será o número certo

Posso simplesmente não atender no dia seguinte

Ou fingir que não é engano

Hoje não estou muito preocupada com nada

Uma vida descente já teve mais relevância para mim

E sempre me pergunto o que mudou

Mas acho que foi algo que perdi

Hoje não me interesso

Em recuperar a minha inocência que foi pelo ralo

Junto com as minhas crenças saudáveis

Talvez elas voltem um dia, mas não hoje…

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Amigos desculpe o sumiço, estava no baú, cavando algo realmente valioso para oferecer a vocês, espero que gostem, é longo, tenso e profundo e irreal…


Depois que você se foi

Comecei a perceber

O quanto era importante

E quanto tempo eu demorei para perceber

E eu fiquei aqui

A recolher os pedaços

As migalhas que sobraram

Vagas lembranças…

Outrora, com você

Não pude perceber

Talvez soubesse

Mas, tive medo

De ser feliz?

Quem sabe

Não conheço o verbo amar

Mais uso o perder com freqüência

Depois que você se foi

Pensei em queimar os papeis

Quebrar as paredes

Arremessar os pratos

Doar a TV

Arranhar os discos

Acabar com tudo

Que me lembrava você

Todo o dia penso

Que poderia enlouquecer

Ser amarrada a força

Usar remédios que apagassem minha memória

Fugisse da minha própria vida

Em um leito qualquer

De um hospital sujo

Onde todos me olhassem com desconfiança

Sem nunca saber o motivo

Da minha loucura

Porque nada mais faz sentido

Só seria capaz de tirar você dos meus pensamentos

Se pudesse sair completamente de mim…

O vazio passou a me engolir

E se hoje eu bebo demais

E me entrego a filmes toscos na TV

E conversas inúteis com os vizinhos

É porque nada mais pode me preencher

E estou me jogando no fundo do poço

Mas, o vazio não me permite afundar

Eu comecei a ler o jornal todos os dias

Até me cansar das historias comuns das páginas policiais

E começar a ler os classificados

E os anúncios de falecimento

E passo meu tempo

Dias e horas

Tentando juntar os pedaços

De um poema mal escrito

Na tentativa de colocar em palavras

Meus suspiros inúteis

Cheios de ressentimentos

Lembranças e tempos felizes

Para me arrepender

E eu sinceramente me arrependo

Me arrependo profundamente

De ter sido feliz ao seu lado

De ter provado do teu carinho

Encontrado em você

O pedaço que falta em mim

Estúpida que fui ao provar

O veneno doce que me ofereceu

Que agora apenas me aprisiona

E me mantêm escrava da sua imagem

A mesma que me perturba

Nas longas noites de insônia

E não adiantou rasgar as fotografias…

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